"A escada para o Reino dos Céus está escondida em tua alma. Mergulha para dentro dos pecados que estão em ti mesmo e, assim, encontrarás ali uma escada pela qual poderás ascender" Isaac de Nínive.
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Obs.: Abaixo, tradução do versículo bíblico para outras línguas:

"POR ISSO A ATRAIREI, CONDUZI-LA-EI AO DESERTO E FALAR-LHE-EI AO CORAÇÃO" Oséias 2,16
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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Importância do Nome no âmbito bíblico



Prof. Dr. Francesco Bindella (*)


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Na fé hebraica e cristã e também islâmica, a revelação do Nome divino “EHJEH ‘ASER ‘EHJEH” = “SOU AQUELE QUE SOU” na teofania da ‘sarça ardente’, representa em todo o arco do Antigo Testamento o degrau supremo da revelação que o Deus de Israel tinha participado ao homem. Também, dos vários nomes divinos veterotestamentários: ‘ELOHIM, JHWH, EL SHADDAY, ETC, ele é o único que tinha sido objeto de uma revelação específica já que, em todo o arco da Escritura, nunca mais ele recorrerá nesta sua completa formulação.

Desde o início desta pequena exposição, será conveniente recordar a importância significativa que o nome apresentava no âmbito da cultura hebraica e no uso bíblico. Mais do que um apelativo convencional linguístico, ele era considerado como expressivo da íntima essência da pessoa (ou coisa) designada, tanto que podia manter-se válido o dito: “Dize-me como te chamas e eu te direi quem és”, ou então: “A pessoa é como se chama”.

Um exemplo emblemático, comumente aduzido, é aquele de Nabal que significa ‘estulto’: “Nabal é o seu nome – lê-se em 1Sm 25,25 – e estultícia (nebalah) está com ele”.

Desde o início do texto bíblico, os nomes pessoais apresentam um significado essencial, são expressivos da natureza íntima da pessoa designada e do particular papel que ela exerce no quadro da ‘história salutis’ (assim Eva: Gn 3,20; Caim: Gn 4,1; Noé Gn 5,29; a cidade de Babel: Gn 11,9 etc).

As histórias dos patriarcas apresentam explicações etimológicas abundantes: Isaac recorda a risada de Abraão (Gn 17,17) e Sara (18,12;21,6); Jacó é aquele que astutamente agarra o calcanhar (Gn 25,26; 27,36; Os 12,4) e o seu irmão Esaú se chama Edom, porque era avermelhado (‘adômî: Gn 25,25) e tomou a ‘sopa avermelhada’ (25,30).

“Podemos assim dizer – escreve H. Bietenhard à conclusão de um exame sobre o significado do nome para as outras religiões em geral - que o nome é uma potência estritamente conexa com aquele que o carrega e que faz conhecer a essência; quando o nome é prenunciado ou invocado, a energia potencial de que é composto se transforma em energia atual”. “O nome não é somente uma designação; é a essencialidade reduzida à palavra”.

Há inclusive, alguns casos em que o próprio JHWH intervém para mudar o nome a um eleito: é o caso de Abraão (de ‘Abram a ‘Abraham: Gn 17,5), Sara (de Saray a Rarah: Gn 17,15) e de Jacó (de Ya’aqob a Yisra’el: Gn 32,28), enquanto para Isaac dá-se a imposição de nome no nascimento (Yitschaq Gn 17,19).

Há Também o caso, único, de mudança de nome a uma cidade: Jerusalém em perspectiva escatológica (Is 1,26; 62,2; Zc 8,3) e que, em relação a Abrão, Isaac, e Jacó, será dita “preparada por Deus para eles” (Hb 11,) qual objeto de sua herança, a eles associada o dom de um nome novo.

A mudança de nome a um homem por parte de Deus na Escritura é, ao mesmo tempo, profecia e investidura de fundação pela qual o eleito é constituído fundador e chefe em sentido orgânico: fundador de uma instituição de origem divina destinada a penetrar e a se perpetuar na história elevando-a a ‘história de salvação’; chefe, no sentido que tal direta iniciativa divina impõe uma ordem salvífica orgânica pela qual o eleito se torna lugar de incorporação para as multidões.

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